Um espaço que deveria ser sinônimo de acolhimento e proteção se tornou palco de uma tragédia irreparável. Um bebê de apenas nove semanas de vida sofreu um traumatismo craniano gravíssimo dentro de um Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (SAICA) da Prefeitura de São Paulo, administrado pelo Centro de Orientação à Família (COR). O serviço fica localizado no bairro de Santana, na Zona Norte de São Paulo. Agora, essa criança, que mal teve tempo de conhecer o mundo, está entre a vida e a morte em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com chances remotas de sobrevivência, segundo informações obtidas pela nossa equipe.
A história, cercada de silêncio e tentativas de abafamento, revela mais uma faceta da violência sem controle dentro dos serviços de acolhimento. As circunstâncias exatas ainda estão sendo mantidas sob sigilo, mas, conforme relatos preliminares, um pré-adolescente de 11 anos, teria pegado o bebê nos braços e o jogado no chão propositalmente. O impacto foi brutal.
A cena, descrita por quem estava no serviço, deixou os trabalhadores em estado de choque e extrema fragilidade emocional. Como seguir em frente depois de um episódio tão brutal? Como explicar que um espaço criado para proteger crianças e adolescentes se tornou, para esse bebê, um corredor sem volta?
A realidade dos serviços de acolhimento na cidade escancara a falta de controle, a precariedade e os riscos diários enfrentados tanto pelos trabalhadores quanto pelos próprios acolhidos. Esse não é um caso isolado. São recorrentes os episódios de violência, ora entre trabalhadores, ora entre usuários, mas agora o limite foi ultrapassado de forma irreversível.
A morte, que deveria ser uma exceção impensável dentro de um abrigo, se tornou uma possibilidade concreta. Um bebê, que deveria estar sendo protegido, está agora em uma UTI, lutando contra um destino que jamais deveria ter sido imposto a ele.
E o mais grave: o silêncio ensurdecedor das autoridades e das entidades envolvidas.
Até quando?
Diante dessa tragédia, o mínimo que se espera é uma resposta firme e imediata da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e da Prefeitura de São Paulo.
Apelamos diretamente à Secretária Eliana Gomes e ao Prefeito Ricardo Nunes para que tomem providências urgentes, apurem as circunstâncias desse acontecimento e, se houver negligência, que os responsáveis sejam devidamente punidos. Mais do que isso, que medidas concretas sejam implementadas para garantir que algo assim nunca mais se repita em outro serviço de acolhimento.
Não podemos permitir que essas ocorrências sejam normalizadas, minimizadas ou varridas para debaixo do tapete. Se este caso não fosse publicizado, alguém duvida que ele passaria despercebido, sem qualquer correção dos fatores que levaram a essa tragédia?
A sociedade civil tem o dever de garantir que episódios como esse não sejam esquecidos. Recentemente, a violência no Centro de Acolhida Lila covas já revelou a urgência de mudanças estruturais nos serviços de assistência social da cidade.
O Sindicato dos Trabalhadores também precisa agir, atuando junto à equipe do serviço para garantir suporte legal e psicológico aos trabalhadores que foram impactados diretamente por essa tragédia.
Não se trata apenas de responsabilizar, mas de impedir que novas vidas sejam perdidas por falhas que poderiam ser evitadas.
Se essa criança não sobreviver, sua história não pode ser só mais um número nas estatísticas.
Até quando?
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